quinta-feira, 29 de março de 2012

Antiga questão de tempo.

Tempo, tempo, tempo, o tal guerreiro que vem por curar tudo, tentando nesse tic-tac do passar compassar de cada andar, faz voar e sem guardar o que ainda faz sofrer, tempo velho, tempo bom, que de lembranças faz encher e o meu peito só doer, faz o dia amanhecer e a memória se perder, faz com que a gente não se apresse por andar sem prece.

Dependente do passar, sem conseguir sarar, insiste em sangrar a dor do não ter, do não ver, não poder, o ciclo que vicia e que feria, fere e ferirá tudo ao mesmo tempo só esperando o tempo passar, bom e companheiro, mesmo assim bem traiçoeiro, sempre que encosto minha cabeça sobre o travesseiro, ainda vem lembrar o que por dentro prefere desabar.


Refiz cada pedaço com os retalhos que restaram, todos que com o compassar se desperdiçaram, se rasgaram, mas não acabaram, ali estão por estar só a esperar o que nem eles mesmo sabem se o remendo aguentará se a todo e a qualquer momento ameaça arrebentar os pontos e acabar com o “nós”, dói.

Mas passa o tempo o tempo passa, e ainda vem brilhar, cada vez aquele sorriso ao te ver passar, só posso imaginar o que um dia será do “nós” se cada segundo de tempo acabamos sós, no abraço que se faz o lar volta e meia abandonar, e com todo e tamanho querer ainda corre o risco do tempo esquecer e assim deixar, por tristonho, passar.


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